• 19 de novembro de 2025
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um novo estudo com recomendações para aprimorar o modelo brasileiro de planejamento e priorização de projetos de infraestrutura. O documento alerta que falhas recorrentes afetaram a execução de obras essenciais nas últimas décadas e resultaram em um cenário preocupante: 220 obras federais de transportes estão paralisadas, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU).

O estudo Planejamento de Transportes e as Novas Rotas de Integração Logística na América do Sul propõe que nenhum projeto avance no ciclo de planejamento sem antes passar por um teste de viabilidade, incluindo análise de custo‑benefício, identificação de falhas críticas e avaliação integrada entre modais. Para a CNI, projetos que não atendam a esses critérios devem ser descartados, evitando desperdício de recursos e reduzindo a baixa produtividade dos investimentos públicos.

O levantamento destaca gargalos históricos da infraestrutura brasileira, como estradas degradadas, ferrovias sucateadas, portos com restrições estruturais, déficit de armazéns e baixa integração entre os modos de transporte. Também menciona obras iniciadas sem projeto básico e executivo — algumas em andamento há mais de duas décadas, como a Ferrovia Transnordestina.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, modernizar a infraestrutura representa mais do que ganhos operacionais: trata‑se de um vetor essencial de desenvolvimento econômico e social. Estruturas bem planejadas e integradas reduzem o Custo Brasil, ampliam a competitividade internacional e melhoram a qualidade de vida da população.

O estudo também contribui com o Plano Nacional de Logística (PNL 2050), em elaboração pelo governo federal. A CNI reforça a necessidade de investimentos mais eficientes: nas últimas duas décadas, o Brasil aplicou entre 0,4% e 0,7% do PIB ao ano em transporte e logística, enquanto a necessidade estimada é de cerca de 2,2%.

Segundo o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, falhas de governança e decisões mal fundamentadas levaram à baixa produtividade dos investimentos. Para ele, o país precisa aprender com erros passados, adotar critérios rigorosos de seleção e direcionar recursos de maneira estratégica.

O estudo ainda mapeia cinco rotas prioritárias de integração logística na América do Sul e reforça a necessidade de padrões claros de governança, transparência e análises robustas de custo‑benefício no novo ciclo de planejamento (PIT 2024–2027).

Fonte: Agência de Notícias da Indústria – 18/11/2025.

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